Como ficam os preços dos CARROS POPULARES após o governo ENCERRAR incentivo?

O fim do programa de incentivo está afetando o mercado. Seria esse o fim dos carros populares?

O encerramento do programa governamental de estímulo às vendas de automóveis, no qual eram concedidos descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil, resultou no retorno dos preços anteriores nas revendedoras de veículos. Como será que isso afetou o mercado? Estoques com carros em desconto podem ficar difíceis de encontrar depois dessa nova reformulação. Os principais grupos de concessionárias de marcas como Fiat, Volkswagen, Renault e Peugeot/Citroën são bastante afetadas.

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O que aconteceu?

Na última sexta-feira (7), o programa governamental de estímulo à venda de carros “populares” chegou ao fim, cerca de um mês após sua implementação. O programa estava previsto para durar quatro meses ou até que os subsídios se esgotassem. Até a última atualização, restavam R$ 50 milhões disponíveis, mas esse montante foi totalmente utilizado hoje, quando as montadoras Renault, Chevrolet, Hyundai e Toyota solicitaram mais incentivos. No total, foi disponibilizado um valor de R$ 650 milhões, que é o limite do programa, já considerando os impostos descontados.

De acordo com o balanço divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), foram vendidos 125 mil carros com descontos que variaram entre R$ 2 mil e R$ 8 mil, representando uma faixa de 1,7% a 11,7%.

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, que representa as montadoras de veículos, declarou nesta sexta-feira que os preços dos carros voltarão a subir com o fim dos descontos subsidiados pelo governo. No entanto, esse impacto no mercado pode ser amenizado pela redução no custo do crédito, uma vez que há expectativas de que o Banco Central (BC) inicie um ciclo de redução da taxa de juros básica, a Selic, no próximo mês. Leite afirmou durante a apresentação à imprensa dos resultados do setor em junho que uma coisa pode compensar a outra, e o mercado pode se manter estável.

Quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou essa medida no mês passado, ele argumentou que o objetivo era auxiliar a indústria automobilística, que estava enfrentando resultados insatisfatórios, a passar pelo período até o início da redução das taxas de juros. Com a expectativa de redução nas taxas de financiamento, espera-se que o setor seja capaz de se sustentar por conta própria.

Como isso afeta as concessionárias?

Embora o site da Renault ainda mencione um incentivo para o Kwid, em uma das maiores lojas da marca não há mais unidades populares disponíveis pelo preço de R$ 58.990. Uma vendedora mencionou que a tabela de preços voltou ao normal, porém, na loja, ainda é possível negociar os valores, embora ela não tenha revelado por telefone o montante dos descontos.

Situação semelhante foi relatada por um vendedor de uma concessionária Fiat, que afirmou não possuir mais unidades do Mobi e Argo com descontos do governo, mas que estavam trabalhando com preços e estoques regulares. A Fiat removeu as menções ao programa governamental de seu site, e o configurador do Mobi não exibia os preços até então.

Na Volkswagen, que menciona um desconto de R$ 8.000 para o Polo Track em sua página de ofertas na internet, não foi possível encontrar mais veículos em estoque com esse valor subsidiado. A oferta do vendedor foi vender o carro pelo preço normal e negociar pessoalmente, ou entrar em uma fila de espera caso ocorram desistências entre os veículos já vendidos, mas não entregues.

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